Você está aqui: Página Inicial > Notícias da UFAC > Ufac na Imprensa > Edições 2001 > Março > Curso de mestrado em medicina tem início na Fundhacre
conteúdo

Curso de mestrado em medicina tem início na Fundhacre

por petrolitano publicado 21/10/2011 10h27, última modificação 21/10/2011 10h27
Jornal A Tribuna, 06/03/2001

A primeira aula do curso de mestrado em medicina e saúde em Rio Branco teve início ontem pela manhã na Fundação Hospitalar do Acre. O curso é umas das etapas necessárias para a implantação da faculdade de Medicina. Segundo exigência do Ministério da Educação, uma faculdade na área de saúde só pode ser instalada se 25% dos professores forem doutores formados. Para se ter uma idéia do que isso significa, basta levarmos em consideração o fato de que de todo o quadro médico do Estado, quase 95% não possui sequer especialização, tendo apenas concluído o curso básico de medicina.

Este não é o primeiro curso em mestrado promovido pelo Governo do Estado em convênio com as Universidades Federal da Bahia (UniBa) e de Brasília (UnB). Desde o início de 2000, o governo tem mantido cursos de mestrado para profissionais acreanos. A diferença é que o mestrado iniciado ontem é o primeiro em que o profissional não necessita se deslocar para outros Estados para estudar, podendo continuar trabalhando enquanto estuda.

Segundo o senador e médico, Tião Viana, um dos idealizadores da Faculdade e que esteve presente a cerimônia de abertura do curso, até o final deste ano o governo espera formar em doutorado - etapa seguinte após o mestrado - 65 profissionais médicos, que terão o compromisso moral de atuar por cinco anos em municípios acreanos.

"Em toda a Ufac são apenas 26 doutores, queremos iniciar a faculdade de Medicina, cujo vestibular é agora em julho, com 100% dos professores doutores em Medicina", explica.

Tião Viana que sentiu na pele as dificuldades de ser estudante em outro Estado, longe da família, diz que ser médico agora não será mais um sonho distante.

"Este é um sonho que no mínimo precisaria, para se tornar realidade, de uma passagem aérea para os grandes centros urbanos. Agora não, os jovens de Manoel Urbano, Marechal Thaumaturgo, Jordão, jovens sem recursos para se manter em outros Estados, poderão ficar aqui mesmo em seu Estado para ser um médico", garante.

Médicos serão alunos uma vez por mês

O curso de mestrado em Medicina e Saúde Pública será ministrado por oito pós-doutores da Universidade Federal da Bahia e terá a duração de um ano e seis meses, sendo ministrado de forma intensiva, com aulas uma vez por mês durante uma semana.

Para que o curso pudesse acontecer aqui mesmo no Acre, o Governo do Estado teve que construir salas de aulas adaptadas para os médicos/alunos. Num total de oito salas, todas interligadas por computadores de última geração, ligados por fibra óptica à Secretaria Estadual de Informática.

União faz a força

Para o governador Jorge Viana, a abertura do curso de mestrado aqui mesmo no Acre é apenas uma das vitórias alcançadas por quem sonhou com a possibilidade de implantação da faculdade de Medicina no Acre.

Como o governador Jorge Viana, o jovem médico Luiz Augusto Batista Filho, 27, também acredita que a união faz a força. O profissional, filho de família abastada do Acre, cujo pai é proprietário de um dos mais famosos laboratórios de análises clínicas do Estado, é um dos primeiros médicos acreanos a participar do curso de mestrado em Brasília através do convênio entre o governo e a UnB. Estando inclusive na fase de apresentação da monografia.

"O Acre agora vive uma realidade maravilhosa. O povo acreano é um povo sofrido, que agora terá as mesmas oportunidades dos grandes centros", conclui.

Mestrado da USP

Durante a cerimônia de abertura do curso, o senador Tião Viana, anunciou aos presentes que em abril novos cursos de mestrado serão abertos. Desta vez o público alvo se estenderá também a outros profissionais da área médica, como enfermeiros e bioquímicos.

Um convênio entre o Ministério da Saúde, o Governo do Estado e a Universidade de São Paulo (USP) possibilitará a abertura de 30 vagas para o curso, sendo outras quinze oferecidas através de um convênio do Estado com a Universidade Federal do Pará.