Professores recebem salários atrasados, mas greve continua
Em virtude de a Advocacia Geral da União (AGU) não ter recorrido da liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, o pagamento dos professores universitários referente ao mês de setembro está garantido e deve estar disponível ainda hoje.
Ontem, em mais uma reviravolta nas negociações entre professores universitários, representantes do Ministério da Educação e parlamentares, membros das Comissões de Educação da Câmara e do Senado avisaram aos sindicalistas e representantes do MEC que os R$ 350 milhões que estavam garantidos, na semana passada, para custear o reajuste salarial dos professores não estão mais disponíveis.
O dinheiro era oriundo de emendas de deputados e senadores ao projeto do Orçamento Geral da União para 2002. Segundo os parlamentares, agora somente haverá R$ 100 milhões para pagar o reajuste, o que é um retrocesso nas negociações para encerramento da greve. O impasse que vem causando polêmica nas negociações está na equiparação da GID (Gratificação de Incentivo a Docência) para os professores do ensino médio e fundamental, que elevaria o orçamento da União para 350 milhões em 2002.
O professor João Lima (Adufac) revelou que a incorporação da GAE (Gratificação por Atividade Executiva) e da GED (Gratificação de Estímulo a Docência) já está garantida. As negociações devem ser retomadas nesta quinta-feira e caso haja a confirmação das propostas apresentadas inicialmente pelo ministro da Educação, Paulo Renato, pode acontecer o desfecho da greve.