Você está aqui: Página Inicial > Notícias da UFAC > Ufac na Imprensa > Edições 2012 > Novembro > Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia abre núcleo no Acre
conteúdo

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia abre núcleo no Acre

por Ascom02 publicado 09/11/2012 08h07, última modificação 09/11/2012 08h07
Jornal Janelão.net, 08 de novembro de 2012
  • Written by  Maurício de Lara Galvão (Assessoria Sema)

Na manhã desta quarta-feira, dia 7, foi inaugurado em Rio Branco, no Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac), o Núcleo de Pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com a finalidade de ampliar as atividades e facilitar o acesso aos conhecimentos adquiridos pelo instituto, uma vez que a maior parte dos estudos estava concentrada na sua sede, em Manaus (AM).

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) é um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, criado em 1954 com a finalidade de realizar o estudo científico do meio físico e das condições de vida da região amazônica, expandindo os conhecimentos existentes sobre a biodiversidade, a sociodiversidade e os recursos florestais e hídricos.

Na década de 80, o governo do Estado do Acre buscou expandir suas ações na área de ciência e tecnologia e escolheu o Inpa como seu parceiro estratégico. Desde então, ele possui um termo de cooperação com a Universidade Federal do Acre (Ufac) - Parque Zoobotânico. Contou com o apoio e a participação do então diretor do Parque e atual secretário de Estado de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus, cujo objetivo inicial foi incrementar as pesquisas em prol do desenvolvimento sustentável no Estado.

Nesse período, o Inpa-Acre desenvolveu basicamente projetos de extensão na área de fruticultura. O primeiro deles, em conjunto com o extinto Banco do Estado do Acre (Banacre), visou a introdução, em áreas de pequenos agricultores, de dez espécies de frutífera nativas que eram pesquisadas pela Coordenação de Agronomia na sede do Instituto, em Manaus. Apesar da equipe técnica reduzida, o reforço da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Acre (Emater) ajudou o projeto a atingir alguns dos objetivos propostos. O mais importante foi a introdução e a consolidação do cultivo da pupunha (Bactris gasipaes) em bases comerciais no Estado.

Diante do sucesso e do crescente interesse pela fruticultura tropical no Acre, o Inpa, em conjunto com a Ufac e a Emater, coordenou, nesse período, a execução do programa “Fruticultura Tropical do Estado do Acre”. O projeto permitiu a realização de numerosas excursões de coleta de frutos e sementes de espécies frutíferas nativas por todo o Estado, bem como um detalhado levantamento dos usos dessas espécies, muitas delas medicinais.

O evento de inauguração do núcleo contou com a presença do presidente da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), Luiz Augusto Azevedo, do secretário de Meio Ambiente (Sema), Edegard de Deus, do diretor-presidente do Inpa, Adalberto Luiz Val, do coordenador do Núcleo do Inpa no Acre, Evandro Ferreira, além de representantes da comunidade científica e servidores do Parque Zoobotânico.

Segundo o coordenador Evandro Ferreira, o núcleo funcionará como um órgão de apoio à pesquisa e extensão: “Temos a tradição de possuir um grupo de cientistas altamente qualificados baseados em Manaus, sendo que nossa intenção é poder realizar uma ponte, para que os pesquisadores possam conhecer melhor a realidade do Acre e suas demandas, de forma a realizar estudos mais contundentes na região”.

Para o secretário Edegard de Deus, o pensamento estratégico que o Inpa desenvolve é de extrema importância. “Hoje temos no Acre uma situação de 13% de áreas abertas, onde estamos desenvolvendo diversas atividades produtivas. Temos também 87% de florestas, que precisam, por um lado, ser preservadas, e, por outro, exploradas de forma sustentável. Em resumo, posso dizer que o Núcleo de Pesquisas dará continuidade à possibilidade de ampliação de conhecimentos para programas que o Acre coloca como prioridade, tanto nas áreas abertas, já desmatadas, como nas áreas de floresta”, destacou.

Para o diretor-presidente do Inpa, Adalberto Val, é fundamental fortalecer os núcleos, agregando mais pesquisadores e técnicos, para que no futuro possam se converter em institutos de pesquisa: “É muito importante para o mundo que se realizem pesquisas robustas para intervenções mais seguras no meio ambiente. Temos 25 milhões de pessoas vivendo na Amazônia, sendo necessário desenvolver alternativas para a inclusão social e geração de renda a partir de produtos florestais, mas com a manutenção dos ecossistemas. Isso é um desafio, uma vez que não existe nenhum país no mundo que conseguiu o desenvolvimento sem explorar seus recursos naturais. Neste núcleo que estamos inaugurando no Acre, além dos pesquisadores lotados aqui, serão recebidas equipes do Inpa para desenvolver conjuntamente diversas atividades de pesquisa. Outro ponto extremamente importante é a instalação do Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais, para a capacitação de recursos humanos aqui no Estado, envolvendo tecnologias, manejo florestal e recuperação de áreas degradadas”, disse.

Link para a notícia