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Vertigem: as pessoas acometidas tem a ilusão de movimentos rotatórios

por Ascom02 publicado 11/10/2012 14h40, última modificação 11/10/2012 14h40
Jornal AgazetadoAcre.com, 11 de outubro de 2012
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Vertigem é um sintoma no qual a pessoa tem a sensação de uma tontura rotatória, podendo causar náuseas, vômitos, ilusão de movimento, etc.  A vertigem, geralmente apresenta-se em forma de crise, que tem um início súbito, uma duração bastante variável e, em determinados casos, pode durar dias.

TIPOS
São dois os tipos de vertigem: a central e a periférica. Conforme sugere Longwell (2005) no caso da vertigem periférica, a lesão se encontra no labirinto e/ou nervo vestibular, até sua entrada no núcleo vestibular. Nesse tipo o corpo costuma pender para o lado da lesão vestibular durante a queda, com uma instabilidade que não chega a comprometer a marcha, mas com vertigem intensa, podendo ser acompanhada de prostração, sudorese, palidez, e até perda breve da consciência.  No que diz respeito à vertigem central, Fernandes (2004) assevera que esta pode estar associada a outros sintomas neurológicos, e dentre eles estão à diplopia, perda de consciência, déficits focais sensitivos ou motores ou dos nervos cranianos, além da ataxia, e disartria. A marcha está comprometida e apesar de a vertigem ser mais branda pode ocorrer a retropulsão.

SINTOMAS
É bastante comum os pacientes perceberem uma anormalidade do equilíbrio, achando-a desagradável. Eles percebem o ambiente como se estivesse se movendo, rodando ou inclinando-se, ou seja, há ilusão de movimentos rotatórios.

Um sinal importante de vertigem, no entender de vários autores é a presença do nistagmo (movimento dos olhos involuntários, rápidos e curtos), geralmente em direção lateral. Às vezes a vertigem, tem início súbito e vem acompanhada de náuseas e vômitos.

CAUSAS
As causas das vertigens são diversas e, em muitos casos, não chega a ser possível determinar a origem do problema. Existem dois tipos de vertigem: a central e a periférica. 
Segundo Bertol e Rodríguez (2008), as causas mais comuns de vertigem costumam ser as periféricas.

CAUSAS PERIFÉRICAS
* Vertigem Posicional Paroxística Benigna Crises breves, com menos de 1 minuto de duração e não associadas a sintomas auditivos, se resolvendo espontaneamente em semanas ou meses;
* Doença de Ménière Ataques recorrentes de vertigem intensa, hipoacusia flutuante e tinnitus, podendo durar várias horas, associada à deterioração progressiva da audição; 
*Vertigem Medicamentosa Provo-cada por exposição a agentes químicos e fármacos específicos, costuma resolver com a retirada do agente; 
* Labirintite Bacteriana Infecção prévia em ouvido médio, meninges ou mastóide, levando a vertigem, náuseas, vômitos, hipoacusia e sinais toxêmicos; 
* Falência Vestibular Súbita Vertigem súbita e persistente, prostração intensa, náuseas e vômitos, mais comum como episódio único. Não costuma estar associada a sintomas auditivos, melhora em dias ou semanas; 
* Vertigem por Trauma Craniano Vertigem secundária a concussão labiríntica, melhora espontânea em semanas ou meses; 
* Neurinoma do Acústico/ Início com hipoacusia e/ou tinnitus unilateral, progredindo com vertigem e
* Tumor de Ângulo Pontocere-belar nistagmo, hipoestesia da hemiface, diminuição do reflexo corneano, paralisia facial homolateral e ataxia ipsilateral dos membros.

CAUSAS CENTRAIS
* Enxaqueca Basilar Aura caracterizada por vertigem, disartria, zumbido, perda flutuante da audição, diplopia, fraqueza bilateral e pa-restesias bilaterais;
* Isquemia Vertebrobasilar Episódios transitórios de vertigem e nis-tagmo, diplopia, disartria, disfagia, parestesia e déficits motores; 
* Acidente Vascular de Cerebelo ou Tronco Vertigem associada a outros sintomas de déficit neurológico; 
* Neoplasias Vertigem associada a sintomas como cefaléia, diminuição da acuidade visual e vômitos em jato; 
* Esclerose Múltipla Associação com manifestações multifocais, como debilidade ou paralisia motora, alterações sensitivas, visuais e cerebelares; 
* Crises Epilépticas Vestibulares Crises breves e recorrentes de vertigem isolada, seguidas por vezes de convulsões tônico-clônicas generalizadas.

TRATAMENTO
A maioria dos autores assinala que o tratamento da vertigem se divide em farmacológico e não-farmacológico: 
Farmacológico - O tratamento farmacológico consiste na utilização dos bloqueadores de canal de cálcio. Contudo, quando indicado, os autores consultados recomendam evitar o uso indiscriminado, pelo risco de indução de parkinsonismo, por isso especialmente nos casos de pacientes idosos eles devem ser usados por um breve período de tempo. 
Os benzodiazepínicos têm sido utilizados, mas com cautela, principalmente em paciente idosos pelo maior risco de depressão do SNC. Além disso, outros medicamentos vêm sendo utilizados com a finalidade de controlar as náuseas e os vômitos geralmente apresentados pelos pacientes.
Não-farmacológico - O tratamento não-farmacológico compreende repouso nos casos agudos e de idosos, alimentação leve nos casos acompanhados por náuseas e vômitos e, reabilitação vestibular através da manobra de Epley.

MANOBRA DE EPLEY
Executa-se a manobra com o paciente, inicialmente, sentado, com a cabeça voltada para a direita sempre num ângulo de 45°. Em seguida, deve-se colocá-lo na posição de decúbito, ainda com a cabeça voltada para a direita, depois com a cabeça para a esquerda com o mesmo ângulo de inclinação. A seguir, a posição é substituída pelo decúbito lateral esquerdo, com a cabeça ainda voltada para a esquerda com o mesmo ângulo de 45°. Por último, o paciente é colocado sentado. Vale lembrar que cada uma destas posições deve ser mantida por 30 segundos.
Conforme sugerem Bertol e Rodríguez (2008), em alguns pacientes com quadros vertiginosos crônicos ou recorrentes, e que apresentam insegurança e sintomas ansiosos, a psicoterapia pode ser indicada.


* Terezinha de Freitas Ferreira é doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo – USP. Professora do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto, da Universidade Federal do Acre - UFAC. Consultora Editorial da Revista Brasileira em Promoção da Saúde da UNIFOR e Revista de Saúde.Com da UESB.

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