Ufac revitaliza área da Fazenda Experimental Catuaba

O reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Minoru Kinpara, acompanhado do coordenador de manutenção, Cleber Allievi, visitou, na tarde de ontem, 8, a Fazenda Experimental Catuaba (FEC). A área, cedida à instituição pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/Acre), recebe há dez dias serviços de revitalização e melhoramento. A ação integra a preocupação da atual gestão com a melhoria e recuperação de laboratórios da instituição.

“Como um espaço de pesquisa, a Catuaba é, na verdade, um grande laboratório a céu aberto que atende a demandas de pesquisa, graduação e extensão”, frisou o reitor. Localizada na altura do quilômetro 28 da rodovia BR-364, a propriedade, vem recebendo investimentos em infraestrutura, adequação de espaços e segurança. Há dez dias, uma equipe terceirizada deu início aos serviços de recuperação.

A revitalização deve incluir limpeza, pintura e reparos no espaço que funciona como alojamento para estudantes e pesquisadores. Além da reforma do banheiro e da cozinha, será feita a reinstalação elétrica e hidráulica em virtude da ação do tempo. “Portas, janelas, algumas tábuas e telhas também precisam ser trocadas”, observou o reitor durante a visita. Ele também garantiu o esforço para melhoria no acesso dentro da área de mais de 800 hectares. A erosão provocada pelas águas de um dos igarapés que corta a propriedade provocou a obstrução de parte do caminho. Dois quilômetros, atualmente, só podem ser cumpridos a pé. O espaço que abriga as atividades do ‘Projeto Caboclinho’ com criação de pacas, capivaras e catetos (conhecidos também como porquinhos do mato) também será beneficiado com melhorias. A entrada da FEC, não orientada hoje, também será devidamente sinalizada.

Professora do Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac, Simone Delgado Tojal, diz que a manutenção de um espaço como a FEC é importante para a concretização de pesquisas em diferentes campos, garantindo, inclusive, o monitoramento da fauna e flora do local hoje cercado por fazendas. “A Catuaba é o berço de muitos trabalhos, é uma área de rica biodiversidade que não pode ser descartada. Não podemos desistir desse local”, disse a professora acompanhada de dois bolsistas do CNPq-Ufac do curso de ciências biológicas. Tojal desenvolve pesquisas na área de ciências biológicas no local há quatro anos. Em outubro, ela dá início a mais uma “Coleta de comunidade de serpentes em fragmento florestal-Acre”.

Há 25 anos diversas atividades da universidade são desenvolvidas na FEC, incluindo trabalhos de monografia, dissertação de mestrado e teses de doutorado — além de pesquisas integradas a outras instituições de ensino. Hoje são realizadas no local aulas dos cursos de Engenharia Florestal, Engenharia Agronômica, Ciências Biológicas e Medicina Veterinária, e também dos mestrados em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais e do doutorado em Biotecnologia da Rede Bionorte. O curso de Agronomia realiza atividades de plantio de milho, leguminosas (feijão-de-porco, mucuna-preta, feijão-guandu e puerária), mandioca mecanizada; e inclui o sistema agroflorestal com hortaliças e frutíferas.

Na FEC foi criado, ainda, o Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (Peld) para a formação de recursos humanos e consolidação da pesquisa em ecologia no país. O Peld propicia a abordagem de temas como a composição, funcionamento e dinâmica de ecossistemas, efeitos de mudanças humanas locais e/ou de escala global, abordando processos ecológicos cruciais para o entendimento dos mecanismos e padrões que moldam a biodiversidade do planeta. O programa levanta e disponibiliza informação relevante para a gestão ambientalmente sustentável dos ecossistemas.

Atualmente, encontra-se em Brasília a discussão sobre o termo de cessão definitiva da FEC do Incra para a Ufac. Se assinado, o documento garantirá a possibilidade de concorrência em editais específicos que garantirão a liberação de recursos para maiores investimentos no local.

Postado em: 9/9/2014