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Página 20 comemora sete anos de história

por petrolitano publicado 30/01/2012 09h37, última modificação 30/01/2012 09h37
Jornal Página 20, 05.03.2002

Beneilton Damasceno

Jornal começou como semanário, sempre em busca da verdade

“ICMS: empresários lesam o Estado em mais de R$ 10 milhões”. Foi esta a manchete da edição inaugural do semanário Página 20 que foi às bancas na manhã do dia 5 de março de 1995, um domingo. Surpresa! Seus mil exemplares se esgotaram antes do meio-dia. Escapou um, não mais que um, hoje devidamente encadernado na sede da empresa.

Nasceu desacreditado, pelo menos para uma confraria de poderosos que reinava a bel-prazer na política seringueira. Incomodados com esse “inimigo” emergente, que propunha ser o porta-voz de uma sociedade cada vez mais insatisfeita com a trajetória do Estado, esses patriotas bem-intencionados e de mentes progressistas se esforçaram para desmoralizá-lo perante a opinião pública.

Rapidamente se multiplicaram os mais sinceros votos de vida curta ao novel jornal. Declarações como “não passa de dois meses”, “se chegar ao número quatro é muito”, “isso é fogo de palha...”, entre outras saudações de animosidade, serviam, no entanto, de encorajamento aos meninos do “nanico da selva”.

E as “profecias” por pouco não se cumpriam. A ousadia dos idealizadores do Página 20 era constantemente desafiada pelas dificuldades de toda ordem que ameaçavam asfixiar o projeto. A começar pela Redação, uma saleta de vinte metros quadrados, calorenta, no segundo piso de um prédio alugado na rua Isaura Parente, quase em frente à agência dos Correios. Os equipamentos se resumiam a três computadores caducos - dois para editar textos e um para a diagramação -, enquanto a equipe de trabalho não somava uma dezena de aguerridos. O arquivo fotográfico era uma pasta de elástico com meia dúzia de retratos em preto-e-branco.

Em abril, já perfeitamente superada a marca dos quatro primeiros números, instalou-se provisoriamente num espaço mais decente, no prédio da TV Gazeta, na rua Antônio da Rocha Viana. Sala ampla, com ar-condicionado. Dois meses depois, novo endereço: avenida Ceará, no bairro Cadeia Velha, onde permaneceu até os primeiros dias de 2000. Voltou para a Antônio da Rocha Viana, na Vila Ivonete, lá ficando até julho do ano passado. Seu atual QG é na Benjamin Constant, centro da cidade, ao lado do Fórum Barão do Rio Branco e na frente da Rádio Difusora Acreana.

Mudanças? Muitas. Mas apenas de espaço físico e de mentalidade. Sempre para melhor. A proposta editorial do Página 20, que os leitores carinhosamente apelidaram de “Galinho Bom de Briga”, permaneceu incólume: informar com imparcialidade, lisura e respeito ao seu público, reproduzindo os fatos de forma isenta, real e sóbria.

Em junho de 1996, a ambição natural de tornar-se diário enfim se materializou. E mais: foi o primeiro jornal acreano a criar seu site na internet. Hoje, com seus 2.555 dias de epopéia e 1.764 edições, o Página 20 é um referencial na imprensa do Estado, além de incontestável celeiro de notáveis profissionais descobertos ou aperfeiçoados nas suas oficinas, alguns premiados até.

Mas, e as dificuldades? O Página 20 acumulou experiência e sabedoria o bastante para aprender a lidar com elas. São um mal necessário. Como chegou aos sete anos, “cresceu os olhos” e já está planejando a festa dos quatorze, em março de 2009. Com o Acre também foi assim (alguém se lembra?): muitos nativos se insurgiram contra sua elevação a Estado em 1962. Em junho próximo, porém, o ex-Território vai virar quarentão. “Quem viver verá”, repetia sempre o Antonio Stélio.

Aos pessimistas, renitentes adversários do Acre e de sua gente, o desapontamento por ter o Galinho alcançado essa surpreendente marca. Aos leitores, assinantes e colaboradores, o reconhecimento deste humilde noticioso, que jamais teria sobrevivido sem a sua voluntariosa colaboração. O Página 20 não tem, nem pretende ter, clientela definida: ele é do pobre e do rico, do doutor e do desempregado, do homem do campo e da cidade, da capital e do interior. Só pede uma condição bem básica: todos devem ser fiéis à verdade. Basta isso.

Parabéns, Página 20!