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Estudante da Ufac depõe no MPF e mantém posições contra universidade

por petrolitano publicado 01/11/2011 11h19, última modificação 01/11/2011 11h19
Jornal A Tribuna, 09.05.2001

O estudante Marcelo Martins continua em pé de guerra com a Ufac (Universidade Federal do Acre). Martins é estudante do 7º período do curso de Geografia e vice-presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes). Ontem, ele participou de uma audiência no Ministério Público Federal para esclarecer as denúncias feitas em um programa de televisão, no dia 29/03 desse ano. Na ocasião, Martins classificou os cursos de interiorização da universidade de "irregulares e politiqueiros".

Essa não é a posição da diretoria do diretório. O presidente do DCE, Eduardo Araújo Carneiro, por exemplo, não concorda com as idéias postas por Martins. "Os cursos de interiorização são amparados pela nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e beneficiam a população do interior, sim", afirmou. Carneiro lembra ainda que Martins disse no programa televisivo que os cursos não passaram pelo Conselho Universitário.

Segundo Carneiro, foi votado, sim, inclusive com o voto do próprio Martins. A Ufac entrou com um processo no Ministério Público Federal, por Danos à Honra da Instituição, contra Marcelo Martins e não contra o DCE, como seria lógico, já que ele estava representando o diretório. O reitor da instituição, Jonas Filho, esclarece que procurou o diretório para saber se aquelas opiniões eram de Marcelo ou do DCE.

"Não obtivemos respostas e, diante de todas as inverdades colocadas pelo estudante, não poderíamos calar", explicou. E Marcelo sustenta suas críticas e acrescenta. "Não posso ficar calado diante de um grupo de estudantes de Biologia de Brasiléia que vão fazer aula laboratorial na Bolívia, por não possuir condições estruturais mínimas na universidade local".

Para entender o caso

A Ufac mantém parceria com o Governo do Estado e Prefeituras Municipais em relação ao Programa Especial de formação de professores para a Educação Básica. O objetivo do programa é oferecer qualificação em nível de graduação aos professores que já atuam nas escolas públicas do Estado. Alguns alunos da "Ufac sede" (universidade com campus em Rio Branco) questionam uma série de itens em relação aos cursos.

Grade curricular menor do que os cursos da "sede". Questionam o fato de no processo seletivo não haver a exigência da Redação como critério avaliativo, procedimento comum para quem deseja ingressar em uma universidade pública. Denunciam que os cursos de interiorização não possuem infra-estrutura básica capaz de atender as necessidades dos alunos.

Reclamam que os professores da "Ufac sede" são usados de tal maneira pelos cursos do interior que atrapalham o andamento das aulas na Capital. Em uma determinada ocasião, o vice-presidente do DCE participou de um programa de entrevistas e desabafou.

"O Martins foi muito radical. A maneira como ele colocou suas idéias não foi apropriada", avalia o presidente, Eduardo Carneiro que, na ocasião, não pôde ir ao programa. "Eu estava exercendo apenas a minha função de vice-presidente. Não poderia me calar diante da situação", afirmou Martins.