Grupo estuda evolução geológica na serra do Divisor

O professor do campus Floresta da Universidade Federal do Acre (Ufac), Francisco Ricardo Negri, integrou um grupo de pesquisadores brasileiros e franceses para realizar estudo de campo na serra do Divisor (rio Moa e igarapé Ramon) e ao longo de trecho da BR-364 entre Cruzeiro do Sul e Feijó, entre os dias 2 e 9 deste mês. A expedição teve por objetivo estudar a evolução geológica e paleontológica da parte oeste do Acre.

Os pesquisadores buscam respostas sobre como o soerguimento dos Andes afetou a evolução da paleogeografia e da biodiversidade da Amazônia brasileira. Em artigo recente, publicado em revista internacional, parte da equipe concluiu que, durante o Cretáceo, 65 e 80 milhões de anos atrás, havia na Amazônia um rio que corria de leste para oeste, sentido oposto ao rio Amazonas atual. Eles chamam esse rio ou sistema de drenagem de “Sanosama”.

“Os avanços dos estudos e análise dos dados obtidos fortalecerão o intercâmbio científico e fornecerão novos dados geopaleontológicos para as regiões prospectadas”, disse Negri. “É a primeira vez que se tem notícia de uma pesquisa sobre a evolução geológica do Acre com seis geólogos em campo.”

Além de Negri, que é biólogo e paleontólogo, participaram do grupo os geólogos Roberto Ventura Santos e Elton Dantas, ambos do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB); Martin Roddaz e Stephane Busset, do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD, na sigla em francês) e da Universidade Paul Sabatier, Toulouse, França; Lilia Dias e Andre Alvim, doutoranda e mestrando da UnB, respectivamente.

Os estudos estão sendo desenvolvidos em dois projetos — O Paleo Amazonas: Evolução Neogênica da Amazônia Brasileira, coordenado por Ventura Santos e Roddaz e financiado pelo programa Capes/Cofecub; e Processos Tectônicos e Ambientais Registrados nos Sedimentos da Bacia Amazônica: O Papel da Evolução Andina, coordenado por Ventura Santos e fomentado pelo CNPq.