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Professor da Ufac publica em revista de cardiologia
O professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Odilson Silvestre, publicou na segunda-feira, 27, o artigo “Declining Lung Function and Cardiovascular Risk” (O declínio da função pulmonar e o risco das doenças cardiovasculares), no “Journal of the American College of Cardiology”.
O artigo, resultado de pós-doutorado na Universidade Harvard, ganhou destaque por trazer uma informação nova para a literatura mundial. Segundo o professor, a mensagem principal do artigo é de que a perda rápida da função pulmonar prediz não apenas doença dos pulmões, mas também doença no coração, como acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca, mesmo para não fumantes.
“Pulmões e coração podem compartilhar o processo de envelhecimento acelerado. Ainda chamamos atenção, no artigo, que pessoas com queda rápida da função pulmonar podem ter, na verdade, doença do coração que ainda não havia sido detectada, como se o pulmão fosse um órgão-sentinela”, explicou Silvestre, que considera o artigo sua maior contribuição à ciência até o momento.
Para realização do estudo, ele utilizou uma base de dados de um estudo com informações de 14 mil americanos de quatro cidades diferentes. “Eles estão sendo acompanhados até hoje com exames no pulmão e no coração; tudo isso é documentado”, disse.
Silvestre é professor da Ufac, doutor em Cardiologia pela Universidade de São Paulo, mestre em Saúde Pública e pós-doutor em Doenças Cardiovasculares pela Universidade Harvard, com bolsa de estudos concedida pela Fundação Lemann. Atualmente realiza pesquisa semelhante com acreanos.
O jornal
O “Journal of the American College of Cardiology” tem fator de impacto igual a 17, considerado alto. Pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ele é considerado uma publicação A1, a melhor classificação.
“Estou recebendo congratulações de muitos cardiologistas de todo o Brasil; são poucos os brasileiros que têm artigos publicados nesse jornal”, comentou Silvestre. “É um estudo que nos ajuda a entender algumas coisas, publicado em um jornal de alto impacto e que muda um pedacinho da literatura e a conduta médica.”
O professor contou com a colaboração de Wilson Nadruz Jr., Gabriela Querejeta Roca, Brian Claggett, Scott D. Solomon, Maria C. Mirabelli, Stephanie J. London, Laura R. Loehr e a orientação de Amil M. Shah.
O jornal aceita apenas 10% das pesquisas que são submetidas. Segundo sua política, o artigo aceito tem três características: novidade, verdade e relevância para a prática clínica.