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Justificativa

por veridiano última modificação 07/05/2015 11h26

A Amazônia Legal abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, o que corresponde a aproximadamente 60% do território brasileiro. Por sua vez, o Bioma Amazônico, com suas florestas, representa cerca de 50% do território nacional. 

A Região Amazônica contém a maior biodiversidade do mundo, abrigando inúmeras espécies da fauna e flora, sendo muitas dessas espécies, endêmicas. Cada um destes organismos possui um importante papel no equilíbrio dos ecossistemas amazônicos, além de apresentar um conjunto de informações genéticas, químicas e bioquímicas de interesse para as indústrias farmacêutica, cosmética, alimentícia e outras. A ocupação desordenada do território, a atividade madeireira ilegal, as queimadas e o avanço da fronteira agropecuária são algumas das causas  do desmatamento da região, o que acarreta grandes perdas dessa biodiversidade.

Nessa grande extensão territorial, o índice de desenvolvimento científico é muito baixo. De acordo com dados da CAPES, no ano de 2008 foram concedidas para os nove estados da Amazônia Legal, um total de 2.681 bolsas de pós-graduação, enquanto que a região Sudeste recebeu 22.715 bolsas, quase 10 vezes mais. O número de docentes e discentes também revela a enorme discrepância entre as regiões. Atualmente, existem apenas 2.821 professores doutores e 5.753 alunos de pós-graduação na Amazônia Legal enquanto que a região Sudeste dispõe de 29.508 docentes doutores e 87.990 discentes. Desse modo, a relação de doutores na Região Norte é de aproximadamente 1/4.600 habitantes, enquanto que no Sudeste essa relação é quase o dobro (1/2.500 habitantes), o que indica a necessidade de pelo menos duplicar o número de doutores na Amazônia para que essa discrepância seja eliminada.

A avaliação dos programas de pós-graduação feita pela CAPES também revela a fragilidade da região. Do total de 4.356 cursos de mestrado e doutorado acadêmicos brasileiros, apenas 175 (4%) se encontram na Região Norte. Dos cursos avaliados na área de Biodiversidade e Biotecnologia, apenas quatro deles apresentam nota 5, indicando que esses programas já são consolidados, com corpo técnico-científico qualificado e alguns laboratórios bem instalados. A grande maioria dos outros programas foi avaliada com nota 3 ou 4, indicando que é preciso fortalecê-los, melhorando a infra-estrutura, apoio à pesquisa, produção científica e, principalmente, os recursos humanos.

Somente uma revolução na capacitação científico-tecnológica, com a transformação sustentável dos ativos florestais pela biotecnologia, poderá atribuir valor econômico à biodiversidade, levando ao desenvolvimento sustentável da região, de tal forma que se reflita em ganhos econômicos, sociais, ambientais e culturais, trazendo equidade aos seus habitantes.

Para isso, procurou-se criar um mecanismo que permita conhecer melhor a biodiversidade regional, além de usar esse conhecimento para a geração de novos bioprodutos, aliado à formação de mais doutores necessários para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Foi proposto assim, este Programa de Pós-Graduação em nível de doutorado.