Internacionalização e Regionalização
O PPGE/UFAC pode ser considerado um programa em processo de consolidação, visto ter iniciado suas atividades em 2014 e estar concluindo, pela segunda vez, o ciclo avaliativo da pós-graduação dentro do novo ordenamento de avaliação proposto pela Capes (2021-2024). No quesito internacionalização, em que pese o fato de a Universidade Federal do Acre estar situada em uma região fronteiriça com países como a Bolívia e o Peru, as inserções existentes se dão por força dos acordos de cooperação institucional. O programa é receptor de estudantes estrangeiros, sendo incentivada a participação de candidatos estrangeiros no PPGE, principalmente, os oriundos de países da américa latina e que realizam fronteira com o estado do Acre, que é o caso da Bolívia e do Peru. A Comissão de Autoavaliação e Planejamento Estratégico tem realizado discussões no sentido de compreender quais as melhoras formas de conduzir os processos seletivos de estrangeiros, tendo em vista as dificuldades do contexto da língua. É também incentivada a participação dos alunos e professores em eventos internacionais, bem como a formação de profissionais com visão internacional e global. Nos últimos eventos realizados pelos docentes do PPGE, temos procurado diversificar a programação com a participação de pesquisadores de importância internacional, considerando, principalmente, o uso de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação, uma vez que há falta de recursos para deslocamentos, hospedagem e alimentação em eventos internacionais ou para trazer pesquisadores internacionais presencialmente.
As dificuldades que as universidades e os programas enfrentam no que se refere ao financiamento são de conhecimento de todos. A universidade também dispõe de um Núcleo de Idiomas e do “Idiomas sem Fronteiras”, para estudo e aperfeiçoamento de inglês, espanhol, francês, Libras e o português como língua de acolhimento. Contudo, observamos a necessidade de ampliar a viabilização da internacionalização por meio de financiamento e normas que incentivem as ações e experiências dos alunos e professores, disseminação da cultura da internacionalização das atividades, desenvolvimento de parcerias com pesquisadores e instituições internacionais.
A intenção do PPGE é manter uma política de solidariedade com nossos países vizinhos da Bolívia e do Peru, onde há fronteiras comuns e se apresenta uma extensa porção das florestas melhores preservadas da Amazônia. Nelas há uma significativa população indígena, áreas naturais, transcendentais para conservar a biodiversidade e que, ao mesmo tempo, estão submetidas a processos avassaladores, os quais, em nome do "desenvolvimento”, podem destruir o que resta de natural e comprometer para sempre as esperanças de uma boa qualidade de vida da população. Nesse lugar, pela primeira vez, observa-se a aparição de um movimento social internacional de crescimento exponencial, que luta com eficiência crescente contra a falta de sensibilidade e de bom senso das propostas públicas e contra a cobiça de interesses privados.
A Região MAP abrange as áreas de Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil) e do Departamento de Pando (Bolívia) e está situada no sudeste amazônico. A iniciativa do MAP teve sua origem no ano 2000, quando profissionais locais, líderes comunitários e de organizações da sociedade civil, assim como membros de entidades científicas e universitárias regionais, tomaram conhecimento e consciência dos problemas que a anunciada estrada Interoceânica, entre as costas brasileiras do Atlântico e as do Pacífico, atravessando a Bolívia e o Peru, poderiam provocar.
Compreendendo a importância dessa região, o PPGE vislumbra traçar um apoio ao desenvolvimento da região MAP, no tocante a uma interação e apoio ao desenvolvimento de cursos de Pós-Graduação em Pando e Madre de Dios, por meio de ações do programa em cooperação com IES da região do MAP, buscando, por meio dessa ação, a internacionalização do Programa.
O PPPGE/Ufac tem o compromisso de desenvolver pesquisas com impacto de curto e longo prazo para a sociedade, com temas direcionados para os principais problemas que envolvem a educação pública do estado e da Região Amazônica. Os estudos desenvolvidos são consistentes, contemplam as agendas prioritárias das secretarias de educação do estado e dos municípios, preparam recursos humanos por meio do processo formador crítico e reflexivo, contribuindo para o aprimoramento técnico/científico e cultural dos profissionais de educação, formulação de propostas e alcance de resultados que atendem aos interesses coletivos.
O conhecimento produzido contribui para o aprimoramento dos serviços prestados nas instituições de educação, considerando que grande parte dos discentes e egressos estão inseridos nos serviços de educação, gestão pública e instituições de ensino do estado do Acre. O programa forma profissionais críticos, com competência técnica e científica para o enfrentamento dos temas sociais de relevância para a educação acreana.
No que se refere à definição daquilo que nos caracteriza enquanto vocação, ressaltamos, com bastante ênfase, que nossa vocação se encontra focalizada em ações de inserção local e regional. Temos procurado priorizar as temáticas locais e/ou regionais nos trabalhos de conclusão do curso, como pode ser observado nos dados quantitativos de nossa produção, que acompanham esta coleta do quadriênio 2021-2024.
Para fortalecer esse aspecto singular do PPGE, temos procurado desenvolver uma gama de atividades, como: participação em redes nacionais de pesquisa; parcerias com as redes de Educação Básica; formação continuada de profissionais da educação; assessorias e consultorias; organização de eventos; ações de interiorização; articulação com movimentos sociais; adoção de ações afirmativas na seleção de alunos.
As ações do programa têm adquirido notoriedade por meio das atividades e programação que dão forma ao Simpósio de Pesquisa Educacional do Acre, que conseguiu mobilizar e atrair a atenção de alunos, egressos e professores da rede pública de ensino e também da educação superior. Um evento que simboliza bem a questão da articulação e inserção regional pode ser mensurado através da realização do VII Seminário Regional da Anpae Norte.
Sobre esse último evento é interessante observar que, a partir da mobilização de professores e pesquisadores vinculados à Linha de Políticas e Gestão Educacional e de mestrandos, houve uma adesão significativa à entidade, o que acabou por permitir a transformação da Coordenação Estadual da Anpae/AC em Seção Estadual/Ac da Anpae, inclusive, com a eleição de professores para a diretoria.
Outra questão que serve para configurar a inserção regional do PPGE pode também ser identificada se considerarmos os trânsitos entre pesquisadores do PPGE/Ufac em outras instituições como, por exemplo, UFPA e Unir. Em relação à primeira instituição isto pode ser dimensionado a partir de diferentes episódios, que vão desde a participação recíproca de pesquisadores de ambas as instituições em bancas de qualificação e de defesa de dissertação de mestrado, particularmente no Programa de Currículo e Gestão da Escola Básica, até a formulação conjunta de um Programa de Cooperação Acadêmica entre a UFPR, UFPA e Ufac, o que já viabilizou a conclusão de estágio pós-doutoral de docente do PPGE/Ufac na UFPA e a indicação de outras saídas para processo análogo na UFPR e na UFPA.
Nessa articulação regional com vistas ao fortalecimento da pós-graduação em Educação na Região Norte, é pertinente situar a participação e condição da Ufac como instituição Polo do Programa de Doutorado em Educação da Rede Educanorte, projeto pioneiro e inovador na região Norte, que congrega esforços de universidades da Região Norte frente ao desafio de formar e fixar doutores em Educação na Região Amazônica, uma das regiões de mais baixa densidade em termos de qualificação em diferentes áreas, inclusive, na área de educação.
Uma questão que denota também ampliação das ações do PPGE/Ufac, em termos de articulação regional e nacional, pode ser situada, também, face ao quantitativo de sócios, seja na Anped, seja em outras entidades científicas da área, como é o caso da própria Anpae, da ABCD, da Anfope, entre outras, além da inserção de pesquisadores em fóruns de discussão das questões educacionais em âmbito nacional, a exemplo do Fórum Nacional de Coordenadores Institucionais de Coordenadores do Parfor, Fórum Nacional Popular de Educação, e outros.
No que se refere, ainda, à articulação regional, convém situar e ressaltar a participação de professores, alunos e egressos do PPGE no Projeto de Pesquisa Regional “Formação e Trabalho Pedagógico em tempos de covid-19: o que estamos fazendo? Percepções desde a Amazônia Legal”, iniciado em 2020 e que integra pesquisadores de diferentes estados e instituições de Ensino Superior da Região Norte.
Nesse mesmo formato, podemos também colocar em relevo o Projeto “CECAMPE/Norte” - Centro Colaborador de Apoio ao Monitoramento e à Gestão de Programas Educacionais/CECAMPE-Norte, que atua na perspectiva do ensino, da pesquisa e da extensão, desenvolvendo diversas ações voltadas para a qualificação da execução do PDDE e suas ações integradas, além da Política de Transporte Escolar. Trata-se de um projeto regional coordenado pela UFPA, sendo que as ações no Acre estão sob a coordenação de um docente do PPGE/Ufac e demais pesquisadores vinculados ao seu grupo de pesquisa, inclusive, mestrandos sob sua orientação.
Podemos registrar, ainda, a inserção acadêmica do corpo docente do PPGE em comissões nacionais e internacionais de avaliação; diretorias de associações científicas nacionais e internacionais; comitês, consultorias ad hoc; comissões editoriais e outras. Como exemplo, temos: Prof. Mark Clark Assen de carvalho - membro permanente do PPGE: Coordenador Estadual da Anpae, Vice-presidente do Fórum Estadual de Apoio a Formação de Professores/FEPAD-AC; atuou como parecerista ah doc da área de Educação da Capes, avaliando APCNS; Coordenador da Região Norte dos Coordenadores Institucionais do Parfor; Presidente do Fórum dos Coordenadores Institucionais - Forparfor; Professor Rafael Marques Gonçalves, que atua como membro do corpo editorial dos seguintes Periódicos: Educação e Cultura Contemporânea; Revista Docência e Cibercultura; Periódico: Periferia (Duque de Caxias); Periódico: Revista Communitas (Rio Branco. On-line); Periódico: Anthesis: Revista de Letras e Educação da Amazônia Sul-Ocidental; Periódico: Revista Teias (UERJ. Online); Periódico: Cadernos para o Professor (Juiz de Fora); Periódico: Olhares & Trilhas (UFU. Impresso).
Importante registrar que a grande maioria dos professores do PPGE são sócios de associações científicas da área, a exemplo da Anped, Anpae e Anfope e atuam como pareceristas Ad hoc de conceituados periódicos da área de Educação.
Desde a sua criação, o programa tem assumido compromisso com políticas de ações afirmativas, adotando uma política de inclusão nos seus editais de seleção, respeitando a Lei 12.990/2014, sendo destinadas vagas para pessoas com deficiência, indígenas e negros (pretos/pardos), quilombolas, ribeirinho e pessoas trans. Tem procurado buscar, junto à instituição, uma estrutura para docentes e discentes, a fim de favorecer a inclusão e a diversidade.
A Universidade Federal do Acre dispõe de um Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI), que tem por finalidade executar as políticas e diretrizes de inclusão e acessibilidade de estudantes e servidores com deficiência, além de orientar o desenvolvimento de ações afirmativas no âmbito da instituição nos eixos de Infraestrutura, Currículo, Comunicação e Informação, Programas e/ou Projetos de extensão e Programas e/ou Projetos de pesquisa. O NAI assessora docentes e discentes para garantia de acessibilidade necessária à plena participação e autonomia no processo de ensino-aprendizagem, como também no decorrer da seleção para ingresso nos cursos de mestrado e doutorado.
Além disso, a estrutura do prédio do programa também dispõe de recursos voltados à questão da acessibilidade, como rampa e banheiros adaptados.
Temos procurado promover e desenvolver pesquisas de temas relativos à diversidade de gênero, diversidade étnico-racial e minorias sociais, o que vem ocorrendo de forma transversal nas disciplinas que compõem a estrutura curricular do curso, nos seminários, rodas de conversa, palestras, simpósios, apresentação de trabalhos em eventos, objeto de estudo em dissertações já defendidas e em processo de elaboração. Além disso, considerando a realidade local de um estado amazônico, o programa tem incentivado a criação de grupos de pesquisas que discutam questões direcionadas ao estudo da diversidade regional, como os povos indígenas, educação do campo e ribeirinhos, ensino multisseriado.
O programa procura incentivar a participação de seus alunos e professores em cursos e disciplinas fora da sede, tendo sido possível a realização de intercâmbio discente. Embora com os poucos recursos destinados à pós-graduação, o programa tem fornecido incentivo financeiro para alguns professores participarem de eventos nacionais, cursos, disciplinas fora da sede, por meio do Auxílio Pesquisador.
O programa promove e participa diretamente da organização de eventos ou reuniões científicas de forma regular, como seminários, fóruns, mesas-redondas, palestras, lives, oficinas, etc., para fins de divulgação dos projetos de pesquisa e comunicação com professores da Educação Básica, das Universidades, diretores de escolas, servidores da Educação e sociedade. Anualmente, ocorre o Simpósio de Pesquisa Educacional do PPGE/Ufac, com ampla participação da comunidade acadêmica e sociedade civil, apresentação de trabalhos dos alunos do mestrado, participação de palestrantes e pesquisadores de referência no âmbito local, regional, nacional e dos países vizinhos, Bolívia e Peru.
Ao longo da história do programa, também foram realizados o I, II e III Simpósio do PPGE/Ufac e está prevista para o primeiro semestre de 2025 a comemoração dos 10 anos do programa, com participação da comunidade acadêmica, sociedade civil, professores da Educação Básica, trabalhadores e gestores da educação.
Assim, o programa assume a função social de produzir e disseminar conhecimentos na área de Educação, divulgando os resultados dos estudos por meio de fóruns anuais, seminários, encontros e simpósios, em que são convidados os profissionais de Educação Básica e das universidades, gestores, comunidade acadêmica e sociedade, com ampla divulgação pela mídia e meios digitais. Nosso compromisso é o de desenvolver pesquisas com impacto para a sociedade de curto e longo prazo, com temas direcionados para os principais problemas que envolvem a educação pública do estado do Acre e da Região Amazônica.
Os estudos desenvolvidos são consistentes, contemplam as agendas prioritárias das secretarias de educação do estado e dos municípios, preparam recursos humanos por meio do processo formador crítico e reflexivo, contribuindo para o aprimoramento técnico/científico e cultural dos profissionais de educação, formulação de propostas e alcance de resultados que atendem aos interesses coletivos. Os conhecimentos produzidos pelos mestrandos contribuem para o aprimoramento dos serviços prestados nas instituições de educação, considerando que grande parte dos discentes e egressos estão inseridos nos serviços de educação, gestão pública e instituições de ensino do estado do Acre. O programa forma profissionais críticos, com competência técnica e científica para o enfrentamento dos temas sociais de relevância para a Educação no estado do Acre.
Por fim, destacamos que, no endereço eletrônicohttp://www2.ufac.br/ppge, a página eletrônica do PPGE/Ufac encontra-se acessível a toda a sociedade, em português, inglês, espanhol e em Libras. Lá poderão ser encontradas informações relevantes como: corpo docente, com indicação ao currículo lattes; o desenho do programa (Área de concentração e linhas de pesquisa, estrutura curricular); a relação de grupos de pesquisa; acesso aos textos integrais dos Trabalhos de Conclusão (Dissertações); políticas de credenciamento docente; normas internas (regimento, deliberações, editais); Planejamento Estratégico do PPG; Relatório de Autoavaliação do PPGE; processo de seleção; transparência (atas, resultados de processo seletivo, outros).